PONTOS IMPORTANTES SOBRE PERFIL LIPÍDICO
& ANÁLISE DE EXAMES LABORATORIAIS

Este assunto é bem interessante e sempre discutido em consultório. Afinal, o que realmente importa nos resultados dos exames laboratoriais de Perfil Lipídico?! O Colesterol Total?! O HDL?! Será que este realmente protege o coração?! E será que quanto mais alto estiver, melhor?! E o Colesterol… quando está “baixinho, igual de de criança” é algo bom?! Ou será que devo usar Estatinas?!

Pois bem, para esclarecer tudo isso, eu preciso que vocês entendam o que é o Valor de Referência que aparece no exame de sangue. Não sei se vocês sabem, mas aqueles números (mínimo & máximo) não dizem se você está ou não saudável. Basta ver que, em cada laboratório, o Valor de Referência é um. Portanto, como pode ser um fator determinante para a sua saúde, se em um laboratório você teria Diabetes e no outro não?!

Assim fica claro que tem algo por trás deste número… algo que é variável, certo?! Certo! Isso porque os valores de referência são obtidos através de estatística. Vocês se lembram da Curva de Sino (Curva de Gauss, Curva de Distribuição Normal…) que aprendemos na escola ?! Então, na construção desta curva, (gráfico) acha-se um intervalo de números (mínimo e máximo) que contém 95% dos resultados dos pacientes, deixando 2,5% dos valores mais baixos e 2,5% dos valores mais altos, de fora, e entendemos como se fosse resultados “fora normal” .

A partir disso começa a fazer sentido, porque os Valores de Referência para o Colesterol Total vem baixando tanto… há alguns anos atrás, era <200mg/dl. E digo alguns, pois são poucos mesmo… talvez 10 anos, no máximo. Antes disso já foi <220mg/dl, mas não presenciei. Pois bem, estes valores caíram para <190mg/dl, <180mg/dl e já vi alguns laboratórios admitirem <160mg/dl como sendo o valor ideal… – Não vou nem entrar no mérito da relação (comprovada) com o Colesterol baixo e Depressão, baixa de produção de Hormônios Sexuais e etc… 

E agora eu te pergunto… em 10 anos, a população mudou tanto a expressão dos seus genes, que passou ser necessário manter um nível baixo de Colesterol para a sobrevivência da espécie… ou as pessoas estão consumindo Estatinas demais, ou praticando pouquíssima atividade física (o que baixa muito o HDL), mantenho assim, seus níveis de Colesterol sempre baixos…?!

A partir desta informação, sempre falo para meus pacientes se preocuparem com a relação entre os exames e nunca com um resultado isolado. Além disso, trabalho com valores de referência específicos para a Nutrição Funcional, ou seja, o meu foco está na otimização metabólica do meu paciente, portanto, vou colocar abaixo os meus valores de referência, e simular uma leitura, para que fique bem claro o que quero dizer (ESTA PUBLICAÇÃO NÃO SUBSTITUI AVALIAÇÃO MÉDICA OU NUTRICIONAL,  INDIVIDUAL, DO PACIENTE)

Valores de Referência
TG / HDL < 2
TGs < 80
CT / HDL < 3,5
LDL / HDL < 2,3
ApoB/ ApoA1 < 0,5
Insulina < 8mg/dl
HOMA IR < 2

CASO) Paciente do sexo masculino, 57 anos, chega aflito e preocupado com o seguinte exame laboratorial:
Colesterol Total de 227mg/dl
HDL 68mg/dl
LDL 121mg/dl
Triglicérides 72mg/dl
Insulina 5mg/dl

Porque ele estava aflito?! Pois o Colesterol Total dele encontra-se “muito acima” do valor de referência do laboratório (que é <170mg/dl) e, o LDL também deveria estar abaixo de 100mg/dl…
Pelas contas acima, encontramos que:

TG / HDL = 1
TGs = 72
CT / HDL = 3,2
LDL / HDL = 1,7
Insulina = 5mg/dl

Você diria que ele está doente ou correndo risco de saúde?!
Pois bem… este paciente chegou com a receita de Estatina em mãos! Estatina esta, que irá depletar um monte de Coenzima Q10, responsável pela saúde do sistema nervoso central, memória, cognição… causar dor nas pernas e outros muitos efeitos colaterais. Estou dizendo que não se deve tomar a medicação?! Em hipótese alguma! Estou dizendo que todo e qualquer medicamento deveria ser muito bem avaliado antes de ser prescrito, mas não é o que vemos…

O meu recado é que cuidem da alimentação de vocês. Pratiquem atividade física. Descasquem mais e desembalem menos… consequentemente você irá consumir muito menos Carboidratos refinados, que irá melhorar a sua saúde, principalmente cardíaca – assunto para uma próxima publicação – e, tenha um profissional de saúde capacitado de sua confiança!

Seu corpo. Seu templo.
Cuide-se.

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O JEJUM

Primeiramente, você precisa se perguntar o motivo pelo qual estaria fazendo o Jejum. Na minha opinião, esse é o ponto mais importante… afinal, trabalho e valorizo muito a individualidade biológica. Isso significa que o que é bom pra mim, pode não ser bom para você. Ou seja, o Jejum apresenta sim, inúmeros benefícios para a saúde, que podemos até listar abaixo:

  • Autofagia de células ruins – potencialmente causadoras de Alzheimer e Câncer.
  • Maior sensibilidade à Insulina – ótimo para Diabéticos.
  • Maior sensibilidade e percepção de fome & saciedade.
  • Aumenta os anos de vida – afinal, realizar digestão exige respiração celular. Esta por sua vez, naturalmente aumenta radiais livres.
  • Diminui marcadores inflamatórios.
  • Melhora a cognição – por ativação de proteínas como BDNF.
  • Melhora padrão de compulsão alimentar – desde que não seja um Jejum programado.
  • Melhor e mais barata forma de Detox que existe.
  • Emagrecimento.

Agora… depois de todos esses benefícios… você me pergunta: Qual seria o motivo de eu não realizar o Jejum… não é mesmo!? Pois bem. O Jejum, naturalmente aumenta o Cortisol. Por manter os níveis de Insulina mais baixos, fisiologicamente o Cortisol ja estaria mais alto. Outra forma de aumentar o Cortisol seria pelo stress gerado no organismo, quando falamos de um Jejum programado – falarei adiante o que seria este tipo de Jejum.

Portanto, pacientes com Fadiga Adrenal (Burnout, Overtraining, Exaustão Adrenal, Estafa…) que já apresentam níveis de Cortisol alterados (muito alto ou muito baixo) não devem exigir mais nada desta glândula… pois poderia sim, piorar muito o quadro.

Quem mais não deve realizar Jejuns prolongados ( >16h ) ?!
Pacientes portadores de Hipotireoidismo. Na teoria, o Jejum não prejudica a tireoide em si… mas na prática, o que acompanho, não é bem assim… Obviamente que existem exceções, mas meus pacientes com Hipotireoidismo, que chegaram realizando Jejuns longos, tiveram seus hormônios tireoidianos alterados sim, o que me faz acreditar que, o Jejum realmente prejudica esta glândula também, uma vez que, mudando a estratégia (mantendo Low Carb e colocando Jejuns máximos de 12h ) o paciente teve melhora clínica e laboratorial… Outro ponto que acredito ter relação, é exatamente pelo aumento do Cortisol e, também, pela diminuição da Glicose sanguínea. Afinal, a tireóide precisa de Glicose para converter corretamente o T4 (Reserva) em T3 (Ativo), e pela doença em si, estes pacientes não devem conseguir realizar a Gliconeogênese de forma eficiente – que seria a criação de Glicose a partir de outros substratos.

E, para finalizar, pacientes com Depressão & Transtornos de Humor não devem realizar Jejuns prolongados, uma vez que a o Carboidrato (Glicose) aumenta a serotonina e, nestes pacientes, este neurotransmissor deve ser levado em consideração ao longo de todo o tratamento. Mas, não entendam mal, não estou sugerindo que comam muitos Carboidratos, apenas que cuidem que não haja uma alteração brusca de Glicose sanguínea ao longo do dia. Portanto, nada de consumo exagerado de Carboidratos, evitar os de Alto Índice Glicêmico e, como cereja do bolo, evitar Jejum > 12h, por precaução. Principalmente se estes estiverem em uso de medicamentos.

No mais, o Jejum prolongado (> 16h ) pode e deve ser praticado. Para os demais pacientes, manter-se em 12h a 14h já é um excelente auxilio para o corpo, e já observa-se os benefícios acima citados. Já o Jejum programado – aquele que não foi simplesmente fisiológico, que é comum acontecer com pessoas que fazem uma alimentação limpa e livre de exageros – deve ser feito somente com orientação nutricional. Normalmente os Jejuns programados são estratégias nutricionais e não devem ser realizados sem supervisão.

Seu corpo, seu templo.
Cuide-se.

 

BABAGANUCHE – PASTA DE BERINJELA 

Ingredientes
– 3 berinjelas média
– 2 dentes de alho pequenos picados
– 2 colheres de sopa de tahine (40g)
– 3 colheres de sopa de azeite extra virgem
– Suco de 1 limão cravo
– Sal a gosto

Modo de Preparo
1. Higienize as berinjelas e coloque-as diretamente sobre a chama do fogão. Vire as berinjelas com o auxílio de um pegador ou uma pinça. Elas devem ficar bem queimadas por todos os lados. Este processo demora em média de 10 a 15 minutos.
2. Quando começar a sair um líquido das berinjelas é porque estão bem cozidas por dentro.
3. Deixe amornar para ser mais fácil de manuseá-las.
4. Com o auxílio de uma colher, retire a casca carbonizada separando-a da carne da berinjela. Não lave a berinjela! Você pode ir lavando as mãos se necessário. Se sobrar alguns pontos da casca não tem problema, o sabor de defumado fica ainda mais intenso.
5. Coloque a polpa da berinjela em uma tigela com o alho picado. Você não precisa picar a berinjela, se você mexer apenas com o garfo ela já vai se desmanchar. – Você pode passar no processador se quiser ela mais uniforme e lisinha.
6. Depois é só temperar com sal, azeite, limão e o tahine.
7. Depois de pronta é só armazenar em um vidro na geladeira por até uns 15 dias.

O SEGREDO
O segredo principal do preparo do Babaganuche é o método de queimar a berinjela na chama do fogão. Eu já vi algumas receitas que assam a berinjela no forno, mas no forno a berinjela não fica com o sabor defumado característico do Babaganuche. Não tem mistério, basta colocar a berinjela diretamente sobre a chama do fogão até ficar bem preta. 

Receita Original aqui 

ALERGIAS & INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES

por Nathalia Destri

Alergias e intolerâncias alimentares têm apresentado prevalências cada vez maiores na população e, mesmo parecendo semelhantes, apresentam origem e mecanismos de ação distintos entre si. Ambas, apesar disto, são causadoras de muitos desconfortos diários em comum como gases, diarreia, constipação, pele acneica, enxaqueca, cansaço excessivo, alterações hormonais, entre outros.

As intolerâncias, causadas pela ausência ou baixa quantidade de determinada enzima no organismo, impedem a correta digestão de um alimento e, por isso, propiciam a sua fermentação posterior pelas bactérias do intestino grosso dando origem, assim, aos clássicos sintomas locais – dores abdominais, flatulência, alterações nas fezes. O exemplo mais conhecido é a intolerância à lactose, caracterizada pela falta ou diminuição da lactase, porém também são possíveis reações à outros alimentos como frutas cítricas, fermentados, glúten, banana, corantes, vinhos tintos e alguns cereais.
A alergia, por sua vez, se caracteriza pela ativação do sistema imunológico após a ingestão de alguma proteína, no caso, alimentar. Os mecanismos fisiológicos envolvidos estão estreitamente relacionados com o tempo desta ativação, podendo ser imediato (via IgE, entre segundos e poucas horas), tardio (via IgG, entre horas e dias) ou misto. O primeiro comumente causa urticárias, anafilaxia, formações de placas e, em casos muito graves, desmaios e óbito. O segundo, por sua vez, costuma se apresentar através de dermatites, enxaquecas, crises patológicas, inflamações generalizadas, entre outros. Os principais e mais comuns alérgenos alimentares são leite de vaca, glúten, soja, amendoim, peixes e frutos do mar, ovos e oleaginosas.
O diagnóstico de qualquer aversão deve ser feito em conjunto com profissionais da área e, também por esta razão, recomenda-se que indivíduos com quaisquer dos sintomas se consultem com uma nutricionista. Se não retirados da alimentação, estes alimentos são capazes de gerar complicações graves à saúde de maneira geral.