SOBRE ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS: O MEU PONTO DE VISTA

Muito se fala, principalmente nas redes sociais, sobre o que seria a melhor estratégia de todas. Porém vejo que é gente demais reclamando, brigando e discutindo… pela mesma coisa! Todo mundo quer – a gente espera – a saúde e o sucesso do paciente, certo? Pois bem, venho aqui explicar o que são estratégias nutricionais para mim.

Existe uma estratégia melhor do que a outra? Quem é “paleo” não pode comer arroz & feijão ou quem é Low Carb precisa condenar a tapioca? Quem come “comida de verdade” tem que excluir quinoa? Calma… não é bem por ai. Vamos começar do beabá. O que é comida! Na minha opinião, comida é tudo o que te fornece nutrientes de verdade, e que vem da natureza. Ponto.

Dentro deste mundo de alimentos, escolhemos quais iremos usar, quanto e em que momento, e tudo isso depende do paciente. Quem conduz a dieta é o paciente e não o nutricionista! Não estou dizendo que vou fazer todas as vontades do meu paciente, claro que não… mas se a pessoa não se sente bem treinando em Jejum, por que vou faze-la treinar em Jejum? Se a pessoa tem “boca nervosa” e “gosta” de comer de 3h em 3h, vou insistir para que ela coma apenas quando ela sente fome, sendo que ela ainda nem sabe diferenciar o a fome da vontade de comer? E se o meu paciente é extremamente magro ou tem depressão? Vou fazer uma super Low Carb com ele? É claro que não! Entendem que não existe uma única conduta a seguir?

Se meu paciente é super magro, vou usar mel, frutas & tapioca para aumentar sua Insulina.
Se meu paciente quer comer de 3h em 3h… eu vou ensinar o que ele deve comer a cada 3h…
Se meu paciente tem depressão, não vou entrar em cetose com ele.
Se meu paciente é diabético… ai é óbvio que entraremos em Low Carb!
Se meu paciente tem problemas para pegar no sono, vou colocar carboidrato antes de dormir.
Se meu paciente viaja muito, prefiro que leve a bolachinha de arroz do que coma o pão no hotel…
Se meu paciente quer emagrecer, vou primeiro de tudo, arrumar o que ele come dando comida de verdade… sem um monte de industrializados e, é claro que aí, a dieta vai automaticamente, ter menos carboidratos.

Entendem a individualidade da coisa?
O único coeficiente comum em todas as estratégias que eu utilizo é que, em momento algum estarei falando de comer industrializados ou multi processados. No máximo, alguns suplementos, quando necessário.
O que precisamos mesmo, em qualquer conduta, é restringir a alimentação do paciente à comida de verdade. E comida de verdade vem da natureza. Sem terrorismo… sem comer salsicha ao invés de frutas no hotel só porque está em Low Carb… Sem comer barra de proteína ao invés de água de coco no avião, só porque está em Low Carb… sem forçar nada só porque “Low Carb” está na moda. Primeiro, coma comida. Depois a gente organiza essa comida toda… entendem? Não existe estratégia certa ou errada. Não existe estratégia melhor ou pior. Existe momento de dieta. Existe conhecer o próprio organismo, reconhecer a sua fome, seus limites, suas preferências… Existe se interessar! Se esforçar! Se dedicar… e confiar. Perguntar. Entender.

E para finalizar, um texto muito bacana da minha amiga e excelente nutricionista Fernanda Muller ( @nutrinandamuller )

” Acredito que “low carb”, é a alimentação natural do ser humano, haja visto que a natureza não oferece alimentos prontos com grande quantidade de amido! Você precisa, no mínimo, cozinhar (no caso de cereais e tubérculos!). Se eu BASEAR minha alimentação em verduras, legumes, frutas da minha região (e não sucos), sementes, castanhas, gorduras boas e a proteína adequada à minha individualidade, comendo apenas com fome (e não por ócio, por hábito ou horários convencionais), com certeza fico abaixo das recomendações das diretrizes brasileiras em relação ao percentual de carboidratos. Ontem no metrô vi uma mãe com um filho no colo e ele comia um pacote de biscoito doce e bebia chá mate industrializado cheio de açúcar (poderia ser um suco de caixinha ou achocolatado, dá na mesma!), e refleti: “isso é o normal da maioria das pessoas aqui no Brasil”. É isso é o que queremos mudar, sabe?! Mostrar o quão ruim é ter farinhas e açúcares como a base da alimentação (sem contar o monte de química que vem junto!). Queremos mostrar que isso não é legal, mesmo se o pacote de biscoito vier escrito “light” “Fitness” “integral” ou “zero gordura”, isso não importa e não muda nada. Queremos alertar que isso não é normal! O que não significa que todas as pessoas devam fazer uma dieta super low carb (ou até cetogenica), mas não faça como chitãozinho&xororó, não disfarce as evidências: essa estratégia é fundamental para uma parcela de pessoas com doenças que exigem um consumo baixíssimo de carboidrato para ter qualidade de vida e menos complicações! “

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